04 a 08 Novembro | 2024

Tendência é de que as futuras concessões rodoviárias no país incluam a implantação de sistema free flow

Previsão foi feita pela secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura (MInfra), Natália Marcassa

A tendência é de que todas as concessões rodoviárias previstas para ocorrer no país já incluam a implantação do conceito free flow (sistema livre de passagem). A previsão foi feita pela secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura (MInfra), Natália Marcassa, durante evento sobre inovação no Transporte, promovido pelo ITL (Instituto de Transporte e Logística), ligado à Confederação Nacional do Transporte.

Inserido na Política de Modernização da Infraestrutura Federal de Transporte Rodoviário (Inov@BR), os mecanismos de funcionamento do conceito, destaca Natália, estão passando por análise das regulamentações técnicas no Conselho Nacional de Trânsito (Contran),  e de regulamentação contratual e regulatória na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “É um sistema que vai trazer vantagens como cobrança mais justa e igualitária para os usuários, redução do tempo de deslocamento e redução da emissão de gases poluentes”, frisa.

Em paralelo, segundo a executiva, o MInfra trabalha em etapas para implantar o conceito. Uma delas é o aperfeiçoamento de mecanismos de estímulo aos usuários para a adoção do sistema de pagamento automático, como, por exemplo, desconto sobre o valor da tarifa na hipótese de utilização de meios de pagamento eletrônico, por meio de TAG e identificação automática do veículo (AVI). Avalia, também, a incorporação de sistemas aptos a processar a identificação automática dos veículos, de forma interoperável com todas as demais rodovias concedidas.

O ministério estuda, ainda, a implementação de sistemas aptos a processar o pagamento automático por meio das múltiplas opções disponíveis no mercado e previsão de prazos e múltiplas soluções para realização do autopagamento antecipadamente à viagem (pré-pago) ou a posteriori.

Conceito ampliado

Em participação no evento, Valter Zanela Tani, gerente de Planejamento de Transportes do Laboratório de Transportes e Logística da UFSC, chama a atenção para a ampliação do conceito de free flow. Ele cita como exemplo a Via Expressa da Rodovia I-95 na Virgínia, nos EUA (país onde 56% dos locais de cobrança de pedágio são free flow). 

“Lá, o preço da tarifa é ajustado com base nos volumes de tráfego e há a gestão da demanda de forma a manter a via sempre livre, o que torna as viagens mais previsíveis. Isso leva o conceito além da cobrança do pedágio. Estamos indo para a gestão da demanda, sinalizando ao usuário que é possível planejar a viagem. Além disso, o concessionário começa a melhorar a gestão”, salientou. 

Além disso, para pensar além, Zanela cita a possibilidade do controle de acesso de veículos especiais de alta produtividade. “O governo da Austrália desenvolveu o Programa IAP para veículos de alta produtividade, onde a permissão é concedida mediante a concordância das empresas em instrumentalizar os veículos para prover a autoridade rodoviária, de informações sobre a viagem. Isso permite o monitoramento para que sejam cumpridas as restrições de rota, horário e peso”, explicou.

*Conteúdo criado com exclusividade para o blog ROTA DIGITAL NEWS da FENATRANpor Valéria Bursztein.