Para Roberto Leoncini, veículos autônomos já são realidade no Brasil
O vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz cita como exemplo o Axor 3131 com direção autônoma, resultado de uma parceria com a Grunner, que vem obtendo sucesso na colheita da cana-de-açúcar e em outras atividades.
Para Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, os veículos autônomos já são realidade no país. Ele cita como exemplo o Axor 3131 com direção autônoma, parceria da companhia com a Grunner, que vem sendo utilizada na colheita da cana-de-açúcar e em outras atividades. “Projetamos a venda de um total de 350 unidades em 2022, chegando assim a um volume acumulado de 580 Axor 3131 com direção autônoma no Brasil, o que significa a maior frota de máquinas inteligentes atuando no setor sucroenergético”, afirma.
Nesta entrevista exclusiva, o executivo fala sobre como a Mercedes atua com inovação e tecnologia e perspectivas de mercado:
Quais são as novas tecnologias utilizadas e em desenvolvimento para caminhões que estão em destaque no momento?
A Daimler Truck, grupo do qual a Mercedes-Benz do Brasil faz parte, é uma das principais fabricantes mundiais de veículos comerciais, líder em tecnologia e está presente nos mais diversos mercados do mundo. Atualmente, o foco em desenvolvimento da Companhia está voltado para a melhora da eficiência dos veículos, redução de emissões, veículos que sejam neutros em emissões de CO2 (tank to wheel) e autônomos, entre outros. No Brasil, estamos focados em tecnologias que melhoram a eficiência do veículo e no atendimento à legislação de emissões Proconve P8 (Euro 6), prevista para 2023. Aqui no País, também estamos voltados para soluções com veículos autônomos, como, por exemplo, o nosso Axor 3131 com direção autônoma, parceria da Mercedes-Benz com a Grunner, que vem obtendo crescente sucesso na colheita da cana-de-açúcar e em outras atividades.
Como andam os testes com caminhões autônomos no país?
Como citei na questão anterior, isso já é uma realidade, vide o nosso Axor 3131. É claro que podemos evoluir no grau de automação. A Daimler Truck tem na Europa soluções que atingem até o nível 5 de automação. Aqui no Brasil também temos que evoluir e vencer desafios de regulamentações e legislações. Acreditamos muito nisso e criamos dentro da estrutura da empresa uma área focada em inovação, na qual o carro-chefe é pensar em automação e segmentos onde essa tecnologia dê mais resultado.
Quais as expectativas de aceitação de caminhões autônomos pelo mercado?
O nosso Axor 3131, em parceria com a Grunner, já é uma realidade na aplicação de cana-de-açúcar e em outras atividades. Já são 429 unidades do Axor 3131 entregues para Grunner e, desse total, 377 já em operação no Brasil. Estamos atentos a novas oportunidades de negócio que estão se abrindo à medida que os clientes vão conhecendo este produto. Juntamente com a Grunner, projetamos a venda de um total de 350 unidades em 2022, chegando assim a um volume acumulado de 580 Axor 3131 com direção autônoma no Brasil, o que significa a maior frota de máquinas inteligentes atuando no setor sucroenergético.
A expectativa é de que haja recorde de vendas de carrocerias. O que explica este movimento?
O mercado de caminhões está em crescimento. Além disso, também temos expectativa para este ano que antecede a entrada do Proconve P8 (Euro 6) de um mercado muito forte. Claro que precisamos vencer os desafios logísticos e o fornecimento de componentes. O segmento de carrocerias segue esse movimento do mercado de caminhões e também, adicionalmente, está fomentado por novas legislações e regulamentações da Lei da Balança que permitem novas configurações de carrocerias e semirreboques. Por exemplo, semirreboques de 4 eixos, o que faz com que os clientes que buscam mais eficiência nos negócios comprem carrocerias novas.
Quais são os principais avanços operacionais e econômicos esperados com a implantação de sistemas inteligentes em carrocerias?
Os fabricantes de carrocerias procuram atender seus clientes finais, além de aproveitarem a tecnologia embarcada que os caminhões disponibilizam atualmente, caso, por exemplo, do nosso Actros com toda sua conectividade e digitalização, para sistemas como ESC (controle de estabilidade). Portanto, cada vez mais o equipamento vai “conversar” com o caminhão, integrar sistemas de gerenciamento de dados e câmeras de monitoramento, como controle total do implemento com informações em tempo real e grande conectividade.
Conteúdo criado com exclusividade para o blog ROTA DIGITAL NEWS da FENATRAN, por Valéria Bursztein.