Em busca de sustentabilidade
As crescentes pressões da sociedade, dos governos e dos transportadores fizeram os produtores de veículos comerciais investirem bilhões de dólares em desenvolvimento, pesquisas e testes nas últimas décadas visando a eficiência energética e a emissão de poluentes.
O resultado desse trabalho pode ser notado na evolução da qualidade técnica dos veículos comerciais no decorrer das últimas décadas. A partir da Agenda 2030, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, a preocupação com o meio ambiente, mais especificamente na emissão de CO2, passou a ser o ponto central das discussões sobre a utilização de formas de energias mais limpas.
Nas ruas brasileiras já é possível ver, de vez em quando, um furgão ou um caminhão elétrico ou a gás, alguns já produzidos no Brasil. Seja pela Volkswagen Caminhões, com o E-Delivery, ou pela Scania, com aqueles movidos a gás. Mas esta lista deve aumentar muito nos próximos anos, principalmente com ônibus urbano elétrico.
As pesquisas estão cada vez mais aceleradas, os transportadores têm pressa em atender aos embarcadores.
Foto: Del Deccio Debio, da GreenFuel
“Nas últimas décadas pesquisamos muitas alternativas, tanto de tecnologias inteiramente novas como o elétrico, o híbrido ou adoção de combustíveis mais sustentáveis como o biogás, o etanol aditivado, o HVO, entre outros” comenta Decio Del Debbio, da GreenFuel
Apesar dos esforços dos fabricantes para uma ou duas alternativas que sejam factíveis para o mundo inteiro, a realidade das matrizes energéticas de cada país aponta caminhos diferentes. “O Brasil com uma área plantada gigantesca de vários cereais, além da própria cana de açúcar, tem a possibilidade de produção de biogás e outros combustíveis meramente com o uso inteligente dos restos da safra. Além da alternativa da criação das ilhas energéticas no ciclo produtivo,” destaca Del Debbio.
O hidrogênio é o combustível do futuro, tanto em motores de combustão interna, como em célula a combustível. “Mas ainda existem pormenores para ajustar. Mas uma vez solucionados é o combustível perfeito. E no Brasil podemos utilizar o etanol como parte do processo”, explica Wagner Fonseca, da Netz Engenharia Automotiva, consultoria com mais de duas décadas no setor.
Foto: Wagner Fonseca, da Netz Engenharia Automotiva
Nas matrizes europeias já existem caminhões e ônibus elétricos, a bateria, na maioria dos produtores e em programa de testes, veículos a célula de combustível. “E a aposta é intrinsecamente no elétrico, no máximo híbrido, enquanto são preparadas outras tecnologias. O gás natural, também viável, tem o problema de ter origem fóssil e também produzir emissões de carbono,” afirma Fonseca.
“A entrada de um combustível mais limpo, tipo HVO ou diesel verde, que pudesse ser utilizado em parte da frota de 2,4 milhões de veículos, principalmente em grandes centros urbanos, sem nenhuma alteração nos motores e na infraestrutura poderia antecipar bastante as reduções das emissões de carbono,” lembra o executivo.
“O futuro não tem uma mão única, uma avenida aberta com a certeza da melhor alternativa. É, antes de mais nada, uma daquelas grandes encruzilhadas onde buscamos acertar o melhor caminho”, finaliza o dirigente da Netz.
Conteúdo criado com exclusividade para o blog ROTA DIGITAL NEWS da FENATRAN, por Valéria Bursztein.