Transportadoras tentam equilibrar custos
Conteúdo publicado originalmente no Portal NTC.
Apesar do recuo no preço do diesel, empresas procuram ganhos de produtividade com uso de tecnologia e melhor aproveitamento nos espaços dos caminhões.
A redução neste ano de 6% no preço do diesel, embora tímida, aliviou a forte pressão nos custos dos fretes pagos nas rodovias brasileiras, que vinha acontecendo nos últimos anos. E mantém em alta, para os próximos meses, a demanda por transporte rodoviário de cargas no país, avaliam consultores e dirigentes de empresas transportadoras. Em 2022, o transporte de cargas nas estradas do país atingiu o movimento recorde de 1,2 trilhão de toneladas de carga por quilômetro percorrido (TKUs), segundo levantamento do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). Ainda não há projeções para este ano, mas a expectativa é que o aumento da demanda por transporte rodoviário saia do patamar de 1,8% registrado em 2022 para 3% em 2023, bem acima da taxa de 0,9% prevista para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
“O comércio eletrônico continua crescendo num percentual alto (o número de pedidos pela internet aumentou 9%) e o agronegócio projeta elevação da safra em mais de 10%, o que mostra que o setor de transporte e logística pode ter um bom desempenho neste ano”, diz Mauricio Lima, sócio-diretor do Ilos.
Segundo ele, não há ociosidade da frota de caminhões, que atinge 2,2 milhões de veículos, de acordo com as empresas. Mas as transportadoras ainda enfrentam dificuldades para equilibrar seus custos, porque os veículos novos estão mais caros, assim como o preço das apólices de seguro, e o valor agregado das encomendas transportadas diminuiu. “Por isso, é preciso que as empresas procurem ter uma logística mais eficiente para fazer essa entrega sem ter prejuízo”, diz Lima.
“As ações adotadas pelas transportadoras devem estar relacionadas com ganhos de competitividade e produtividade para que os veículos transportem o máximo de mercadoria em menos tempo”, concorda Francisco Pelucio, presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), entidade que representa as empresas do setor de transporte de cargas e logística do país.
A perspectiva do grupo Sada, que atua com o transporte e logística automotiva, por exemplo, está em linha com a dinâmica do setor, afirma Luís Roberto Santamaria, diretor-executivo de transporte e logística. Com operações em mais de 60 cidades, atuando com frota própria de 600 veículos e mais 3 mil caminhoneiros terceirados, o grupo Sada movimentou 2,2 milhões de veículos em 2022 e transportou 200 mil toneladas de cargas. “Este ano, a nossa expectativa de crescimento é de 2% a 5% em termos de venda de veículos zero-quilômetro, alinhado com expectativas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e demais órgãos e com base no que nossos clientes estão apostando para o ano”, destaca.
Para Santamaria, o importante neste momento é fazer, de forma permanente, uma análise dos custos detalhada. “Além de uma gestão clara dos processos, a tecnologia tem sido uma ferramenta fundamental para a automatização da prestação dos nossos serviços, seja com o uso de sistemas de câmeras para fazer a leitura e localização dos carros nos pátios, seja para otimizar a mão de obra e reduzir avarias nos veículos transportados, além de aumentar a transparência dos processos e maximizar cada vez mais a experiência do cliente”, diz.
Além de dar andamento ao seu plano de expansão, que prevê abertura de novas unidades no país, incluindo as regiões Norte e Nordeste, o grupo Rodonaves, sediado em Ribeirão Preto (SP), investe sobretudo na área operacional, informa Jesiel Tasso, diretor de marketing. “O objetivo é nos aproximarmos cada vez mais dos nossos clientes, colocando-os no centro das nossas decisões”, destaca. “Pretendemos, assim, melhorar não somente prazos de entrega, mas também toda a experiência do cliente, por meio da oferta de uma solução logística completa, desde armazenagem até coleta e entrega, da primeira à última milha.”
Segundo ele, a RTE Rodonaves, empresa que deu origem ao grupo há 42 anos, tem como principal diferencial a eficiência de atendimento – são mais de 300 mil clientes atendidos anualmente. “Temos uma malha logística bem desenhada, que atende mais de três milhões de possibilidades de rotas para coletas e entregas em mais de cinco mil cidades em todo o país, que visa conexões entre Estados e centros urbanos para nos aproximar cada vez mais da clientela”, explica Tasso. “Por isso, em nosso cenário não existe ociosidade para caminhões”, diz. São mais de três mil veículos na frota da empresa e o plano para este ano contempla a aquisição de mais 170 veículos novos.
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