Rota Digital Fenatran destaca inovações para o transporte de materiais
A Rota Digital Fenatran reuniu nos últimos dias 29 e 30 de setembro especialistas que abordaram como a transformação digital nas empresas pode funcionar como alavanca na aceleração da inovação e dos resultados na gestão da frota e da movimentação de materiais no mercado brasileiro. Tudo isso como parte do evento “Movimentação de Materiais e Tecnologias para Frotas”, já disponível para acesso on demand na plataforma da Rota Digital no www.fenatran.com.br.
No primeiro dia, 29.09, Denis Dutra, CEO da Paletrans, enfatizou que o mercado está exigindo muita energia e reinvenção e a transformação digital é latente e mandatória em função da velocidade da demanda de soluções. O desafio, segundo o executivo, é como fazer uso das ferramentas disponíveis para prover soluções de movimentação de cargas e atender melhor os clientes. “Temos que conhecer toda a jornada da experiência de nossos clientes e avaliar quais ferramentas tecnológicas podem ajudá-los nessa jornada”.
Para Danilo Guedes, presidente da ABC Cargas, a indústria automobilística está sempre evoluindo muito em tecnologia dos caminhões. “O caminhão hoje é um computador sobre rodas e, para acompanharmos sua evolução, precisamos ter as equipes transformadas mentalmente na questão da inovação e da digitalização de processos e na condução dos veículos”, disse. “A máquina não veio para substituir o homem. Ela veio para melhorar o homem”.
“A transformação digital já está presente em nossa vida e em constante evolução para os equipamentos e soluções que oferecemos”, comentou Adriana Firmo, responsável pela área de Vendas do Grupo Kion. “O despertar do consumidor brasileiro já vem acontecendo há algum tempo. A indústria automobilística foi a grande incentivadora da transformação digital nos equipamentos para a movimentação de materiais”.
A telemetria e gestão de dados
Na abertura do segundo painel sobre a telemetria e sobre como a gestão de dados e a inteligência artificial funcionam como aliados da produtividade no transporte, Marcelo Fontana, diretor da OTM Editora e moderador do tema, destacou que fazer parte do movimento da transformação digital não é uma escolha, e sim, uma necessidade. “Atualmente, os veículos de transporte de cargas estão em sua maioria conectados, o motorista está conectado, as empresas estão conectadas com os veículos, os motoristas e os fornecedores. O grande desafio é como trabalhar essas informações estratégicas para transformar o modelo de negócio das empresas”.
Carlos Banzzatto, gerente de pós-venda da Volvo, lembrou que há vários anos a telemetria oferecia uma quantidade limitada de até cinco informações que compunham um relatório básico sobre a performance do veículo e do motorista e que isso causava a ele e ao gestor de frota muita preocupação. De acordo com Banzzatto, a grande evolução dessa tecnologia ao longo da última década foi exponencial e mudou a cultura sobre a conectividade, a telemetria e a gestão de dados. “Hoje, falamos de centenas de dados e informações que podem ser trabalhadas e compiladas para ajudar os clientes, transportadores e frotistas na tomada de decisão de maneira online, para reduzir o seu custo operacional e ajudar a identificar oportunidades de melhoria e otimização de sua operação”.
Márcio Toscano, diretor comercial e de marketing da Autotrac, entende que a fase da conectividade de trazer informações do campo já foi superada e a segunda etapa agora é ajudar o transportador no processamento do grande volume de informações. “A fase atual é da inteligência dos dados, com o tratamento das informações com base em cenários atuais e comparativos, com a possibilidade de navegar sobre esses dados para a tomada de decisões”.
Eficiência energética
O evento destacou também a experiência e os resultados em eficiência energética adquiridos durante dois anos com a operação de caminhões Scania NTG (Next Truck Generation) no Brasil, com foco nas tecnologias que proporcionam uma economia de combustível de cerca de 20%. O painel abordou ainda uma apresentação da tecnologia a gás como parte de uma solução completa do portifólio da marca, feita pelo executivo Paulo Genezini, gerente de pré-vendas da Scania.
A locação de caminhões e novas tecnologias para gestão
No segundo dia, 30.09, a Rota Digital Fenatran abordou o crescimento da locação e as novas tecnologias para gestão de frotas. Foram discutidas como a terceirização de frota por meio da locação impacta o segmento de transportes e como as novas tecnologias influenciam a experiência do cliente.
Gustavo Couto, CEO do Grupo Vamos, destacou que, enquanto mercados mais maduros como Europa e Estados Unidos contam com uma frota de caminhões locada da ordem de mais de 20% a 25%, no Brasil, segundo estimativas, atualmente esse índice é de apenas 1% da frota de caminhões. “A locação de veículos e de caminhões se apresenta como uma nova alternativa para a renovação da frota brasileira, proporcionando maior eficiência, produtividade, redução de custos e melhor alocação de capital”, disse o executivo. Ele ainda lembrou que a frota nacional de caminhões hoje tem uma idade média de cerca de 21 anos, uma das mais antigas do mundo e, portanto, uma das mais ineficientes em relação, por exemplo, ao custo de manutenção, consumo de combustível e emissões de particulados.
Pra Obson Oliveira, diretor comercial da Positron, as soluções para as frotas devem ser integradas com a parte da segurança no transporte, com a telemática e a telemetria para o melhor desempenho do veículo na gestão de frota e logística, seja na distribuição ou transferência de mercadorias. “O objetivo é conectar cada vez mais esses sistemas”, resumiu.
Antonio Carlos Priore, superintendente comercial da Veloe e Alelo Frotas, destacou que com a pandemia todas as empresas passaram a buscar mais a redução de custos e, para isso, ter mais eficiência em logística. “Surge daí a necessidade cada vez maior de contar com plataformas de gestão que de fato agreguem valor ao negócio do frotista”, acrescentou. “O grande desafio hoje é o processo cultural do mercado sobre a importância da boa gestão. É exatamente em momentos de crise que esse tipo de gestão faz a diferença”.
O e-commerce e a multimodalidade
O tema do último painel focou nos novos hábitos de consumo que estão revolucionando o mercado, especialmente o e-commerce, e como a logística de distribuição urbana pode acompanhar as inovações digitais.
Fábio Miquelin, vice-presidente de transportes da DHL, lembrou que a matriz de transporte brasileira é basicamente rodoviária, que tem recebido há até pouco tempo todos os investimentos do setor. Mas a pandemia e a crescente demanda do e-commerce trouxeram o grande desafio de integrar todo o Brasil em até dois dias, dentro do modal rodoviário, respeitando a lei do motorista. “Isso tornou obrigatório desenvolvermos a multimodalidade”, explicou o executivo.
Aline Rapassi, gerente de marketing de produto & estratégia de rede da Mercedes-Benz, informou que a a sua divisão de vans fechou uma parceria no Brasil com a Speedbird Aero. É uma startup brasileira especializada no desenvolvimento e operação de drones para realizar o transporte e entrega de produtos, tendo como base móvel da operação a Sprinter Furgão. A parceria consiste em converter veículos Sprinter em bases móveis, denominadas “droneports” para as operações de entrega em rotas intermediárias. Ele permitirá uma integração completa do modal aéreo não-tripulado com o terrestre. “Para a logística urbana ser mais eficiente, e fazer o produto chegar o quanto antes ao cliente da forma que ele quer, temos que conectar realmente os vários tipos de modais”, comentou a gerente.
O gerente de transportes do Mercado Livre, Andre Gonzalez, destacou que a empresa tem implementado um projeto bem-sucedido de intermodalidade de entregas, utilizando diferentes tipos de veículos, de provedores e prestadores de serviços de todos os tamanhos. “Para fazermos isso, considerando o volume de pacotes que circulamos todos os dias, em cidades diferentes no País, construindo rotas e alocando os profissionais e terceiros, além de considerando as restrições de diferentes modais, precisamos extensivamente aplicar recursos algorítmicos, modelagem matemática, conhecimento de domínio, colher dados do que está acontecendo na prática em termos de serviços, para que a distribuição seja eficiente”, explicou Gonzalez.
O conteúdo completo dos painéis realizados na Rota Digital Fenatran está disponível no site www.fenatran.com.br
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