Controle de frota fica mais inteligente
Conteúdo publicado originalmente no Abol Brasil.
Qualquer evolução tecnológica requer um período de transição. É o que ocorre hoje em relação à gestão e renovação da frota dos operadores logísticos. A mudança de fase é benéfica porque os novos recursos trazem mais facilidades e mecanismos de controle, cujo impacto produz ganhos expressivos de produtividade. Na ponta da gestão propriamente dita, recursos como inteligência artificial e monitoramento inteligente já estão disponíveis e em plena operação. Já em relação aos meios de transporte, a mudança está em andamento. Isso porque 2023 marca a transição para a nova determinação do Programa de Controle de Poluição Veicular por Veículos Automotores (Proconve P8). A norma é equivalente à Euro 6, vigente na União Europeia, que regulamenta emissões para motores a diesel.
“O histórico mostra que toda mudança de fase de uma nova tecnologia vem com custo adicional. Com isso, o mercado fica aguardando alguns meses para começar a comprar”, afirma Gustavo Bonini, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A perspectiva é sustentada pela Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol). “Ainda não medimos o impacto da implementação (do Proconve P8), mas é possível que haja um incremento nos preços”, afirma Marcella Cunha, diretora-executiva da Abol.
A mudança de regras e o consequente aumento de custos inspiram cautela ao mercado de caminhões em 2023. A indústria já vinha sofrendo com a falta de componentes na fase mais crítica da pandemia, além dos juros altos e das paralisações na produção. A Anfavea projeta queda de 20,4% no número de pesados produzidos e retração de 11,1% no total de emplacamentos do mesmo segmento.
A mudança de regras e o consequente aumento de custos inspiram cautela ao mercado de caminhões em 2023. A indústria já vinha sofrendo com a falta de componentes na fase mais crítica da pandemia, além dos juros altos e das paralisações na produção. A Anfavea projeta queda de 20,4% no número de pesados produzidos e retração de 11,1% no total de emplacamentos do mesmo segmento.
Enquanto se caminha para a implementação das novas regras, os gargalos da cadeia logística precisam ser acompanhados e sinalizados por meio de indicadores de produtividade. A Ticket Log, por exemplo, tem apostado em recursos tecnológicos de ponta. A empresa da Edenred Brasil utiliza o TED, uma inteligência artificial especializada em gerir frotas, que analisa dados de veículos em tempo real e sugere ações preventivas aos gestores. “Em 2022, foi lançada uma nova funcionalidade conectada ao TED: um canal de comunicação que possibilita ao gestor enviar mensagens de texto customizadas para os motoristas”, destaca Douglas Pina, diretor-geral de mobilidade da Edenred Brasil.
Atualmente, a inteligência artificial opera com 17 funcionalidades, incluindo a sugestão de postos mais econômicos para abastecer. A companhia tem ainda a GoHub, uma plataforma que facilita a gestão de toda a cadeia de frota de uma empresa, centralizando informações para mapear os custos totais da operação. No ano passado, a Edenred investiu 360 milhões de euros em inovação, em nível global.
A JBS Transportadora também lança mão de recursos inovadores. Um exemplo é o monitoramento inteligente da temperatura dos baús com carga, por meio de QR Code. Os dados são acompanhados via satélite a partir de sensores que ficam disponíveis em uma plataforma que os clientes da Friboi podem acessar.
“Nosso foco tem sido o desenvolvimento de carretas que favoreçam a ampliação da escala das nossas operações e a incorporação de cavalos com motores mais eficientes do ponto de vista do consumo por combustível, com menor emissão de gases poluentes”, afirma Ricardo Gelain, diretor da JBS Transportadora. Os investimentos variam entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões por ano. O atual plano de gestão da frota prevê renovar um terço dela anualmente.
Já na 4Truck, empresa de baús e carrocerias, o CEO Osmar Oliveira projeta crescimento de 20% sobre 2022. “A operação segue a todo vapor, sendo o maior problema a falta de mão de obra especializada. Temos cada vez mais dificuldade para encontrar ou formar profissionais para atender o nosso ritmo de crescimento”, pontua o executivo. Ele afirma, ainda, que os setores mais demandados no ano passado são, também, suas apostas para este ano, entre os quais estão e-commerce, alimentos e medicamentos. “Um destaque especial é o setor de locação de caminhões, que foi responsável por aproximadamente 40% de todo o volume produzido pela 4Truck em 2022.”
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