Diversidade no transporte rodoviário de cargas: Apesar da melhora, mulheres ainda têm pouco destaque
Conteúdo publicado originalmente no Portal NTC.
Em um contexto social que busca intensificar a equidade e a diversidade nas empresas, especialmente com a crescente atenção ao ESG (sigla para políticas ambientais, sociais e de governança), no qual a equidade de gênero é um dos objetivos a serem alcançados, o setor de transporte rodoviário de cargas (TRC) ainda enfrenta desafios significativos nessa área.
Dados recentes divulgados pelo Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC) revelaram que, em 2021, houve 32.094 contratações femininas para cargos no setor de transporte em São Paulo. Esse aumento representa um crescimento de 61% em relação a 2020, especialmente nas áreas administrativa e comercial, com representatividade feminina de 52% e 56%, respectivamente. No setor operacional, foram registradas 13.741 contratações femininas em comparação com 125 mil masculinas.
De acordo com dados expostos pelo IPTC em 2023, no entanto, mostram que 40% das empresas que fizeram parte da pesquisa possuem alguma estratégia para o aumento da contratação de mulheres. 63% das empresas alegam que contrataram mulheres para cargos de liderança no último ano.
Apesar desse progresso, a disparidade persistente entre os gêneros continua a ser uma preocupação, impedindo o avanço efetivo dessa temática no setor e prejudicando as oportunidades de ascensão para as mulheres.
Gislaine Zorzin, diretora administrativa da Zorzin Logística, destaca a importância de ações contínuas por parte das empresas e das entidades do TRC para promover mudanças nesse cenário, ainda desigual: “É crucial manter a constância nessas iniciativas para progredirmos cada vez mais na equidade e na diversidade de gênero no transporte rodoviário de cargas”.
Diante desse desafio, a executiva destaca a necessidade de projetos robustos e frequentes no setor para impulsionar a promoção da diversidade. Iniciativas como o Movimento Vez&Voz, do Sindicato das Empresas de Transporte de São Paulo (Setcesp), que é um dos pioneiros a abordar essa temática no TRC, desempenham um papel crucial na conscientização dentro das empresas parceiras do movimento.
Participante ativa do projeto, Gislaine Zorzin enfatiza: “Queremos ver a ascensão das mulheres no TRC crescer ainda mais. Por meio do Movimento Vez&Voz, buscamos capacitar esse público e disseminar informações. Utilizamos também os números das pesquisas do IPTC como referência para entender o quanto ainda precisamos progredir. O importante é não parar”.
Por um TRC mais diverso
Idealizado há três anos pela presidente executiva do Setcesp, Ana Jarrouge, o Movimento Vez&Voz surgiu por conta de sua participação ativa no setor: “A necessidade decorre da minha atuação e percepção do TRC, primeiro, por experiência própria, durante os quase 20 anos que trabalhei em empresa de transporte familiar (desde 1996) e depois quando comecei atuar nas entidades de classe (em 2004). Com minhas andanças pelo Brasil, pela Comjovem, pude constatar que nosso segmento ainda é dominado pela presença majoritária de homens”, comenta.
Segundo levantamento do Índice de Equidade, desenvolvido neste ano pelo IPTC, ainda falta muito para que a inclusão feminina dentro TRC esteja em um patamar minimamente aceitável. A apuração atesta, em suma, que apenas 3% dos quadros de empresas são representados por mulheres que atuam em cargos motoristas e de alta direção. De forma geral, considerando todas as funções dentro das transportadoras, os números chegam a 15%.
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